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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O adeus de Ronaldo e a cobertura da mídia




Segunda feira, 14 de fevereiro de 2011.Jornalistas de todos os cantos do mundo marcaram presença na acanhada sala de imprensa do centro de treinamentos de Itaquera em São Paulo, aguardando atônitos a chegada de Ronaldo Luis Nazário de Lima. Nunca uma despedida fora tão esperada por profissionais de vários meios da comunicação. Todos queriam saber o motivo da aposentadoria do Fenômeno, logo aos 34 anos de idade, sendo boa parte deles dedicadas a arte de fazer gols e encantar torcidas com seus dribles e jogadas mágicas.

Anunciada na ultima quinta-feira (09/02), a despedida de um dos maiores jogadores de todos os tempos criou expectativas por parte de toda imprensa esportiva, dos torcedores corintianos e de outras equipes. O R9 sentiu o peso das ultimas atuações, peso esse que comprometia o seu futebol e o desgastava aos poucos. Já não mais se via Ronaldo movimentar, tocar na bola ou fazer uma jogada fenomenal como nos velhos tempos.O cansaço lhe era nítido e com isso a equipe sentia este desgaste nos gramados. Resultado: Rendimento pífio no Paulistão e saída precoce na Pré-Libertadores para o modesto Tolima da Colômbia

Diante de tudo isso, talvez seja possível afirmar que o seu desligamento antecipado dos campos possa ser factível e inevitável. Aliado ao problema de hipotireoidismo, detectado há quatro anos (justamente no período da Copa da Alemanha) e as contusões que marcaram a sua carreira como grandes cicatrizes, Ronaldo não aguentou as pressões da mesma imprensa que o colocou no pedestal do sucesso no futebol e jogou a toalha. Isso mostra de que ele já deu todas as contribuições que para o futebol arte, aquele que só os craques jogam e entendem. Talvez também é levada em consideração a cobrança do seu baixo rendimento, por parte da nação corintiana, tenha pesado para que o eterno Fenômeno pensasse em "pendurar as chuteiras" mais cedo do que estava previsto, pois se sentia tão corintiano quanto o mais fanático e fiel torcedor.Não queria deixar uma má impressão do seu sacrifício nos campos.

Para a mídia nativa e internacional, o assunto não só gerou expectativas como também criou especulações. Qual será o futuro de Ronaldo? Incerto ou não, o seu destino será fora dos campos, agenciando craques e auxiliando futuras promessas. Alguns setores da grande mídia o querem ao lado de medalhões da imprensa esportiva como Galvão Bueno, a quem carinhosamente chamava de "RRRRRRRRRRonaldinho". Fora isso, a cobertura do acontecimento em si se limitou a fazer um resumão de sua carreira nos mais diversos meios. Os programas e jornais televisivos dedicaram 2 a 3 blocos para falar de Ronaldo, do inicio da sua carreira nos campos do modesto São Cristóvão, vitórias pela Seleção Brasileira, contusões e , como não poderia deixar de ser, os escândalos e os amores. Ele foi pauta em todos os noticiários, um fenômeno de mídia, um caso a ser estudado através dos critérios de noticiabilidade. A sua despedida até ganhou cobertura ao vivo da tevê americana CNN, fora os sites que transmitiam todas as informações em tempo real. Em suma, as histórias de Ronaldo rendem vastas biografias.

Amado ou defenestrado, idolatrado ou perseguido, Ronaldo sempre esteve a disposição da mídia para explicar escândalos ou comemorar títulos. Durante a sua carreira, a relação com a imprensa oficial foi respeitosa. Diferente de muitos, ele procurou, através do seu esforço, silenciar aqueles que afirmavam o seu fim precoce por conta das serias lesões no joelho. Prova disso foi a recuperação para a copa de 2002, onde ele se mostrou uma das peças fundamentais para a conquista do pentacampeonato em terras japonesas. Liderou uma seleção desacreditada como ele e no final venceu as aves de agoro que dava o final de sua carreira como certa.

Hoje Ronaldo reina absoluto e joga em um seleto time onde estão Zico, Platini, Bechkenbauer,Jack Charlton, Matthaus e tantos outros que vimos desfilar talento em profusão. Hoje as imagens de suas jogadas vão ser recordadas, pois não o veremos tão cedo nos gramados novamente. O Fenômeno virou imagens de arquivo.

Por Gustavo Medeiros

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